Dirigindo sob chuva? Ande mais devagar!

Quando dirigimos na estrada estamos sujeitos às variações das condições do tempo, em especial a chuva, ainda mais em um país tropical como o Brasil. Quando se trata de dirigir com segurança sob chuva tudo se resume a uma relação entre a intensidade da chuva e a velocidade do veículo: quando mais forte a chuva, mais devagar devemos ir.

A chuva interfere na segurança por reduzir a visibilidade, por diminuir a aderência entre pneus e o piso, por aumentar o espaço necessário para uma frenagem e pelo risco de aquaplanar em poças e/ou lâminas de água acumuladas sobre a via. Essa interferência se dá ao alterar os tempos de reações (visibilidade e espaço de frenagem) e no aumento do risco de perder o controle do veículo (redução da aderência e aquaplanagem). 

Recomendações básicas para enfrentar a chuva são revisar o estado das palhetas dos limpadores, trocando se não estiverem boas, e checar a pressão dos pneus para garantir que estejam de acordo com as recomendações do fabricante. Além disso é importante sempre usar os faróis baixos, conforme Lei, e os de neblina em caso de chuva mais intensa, aumentar a distância do veículo da frente entre 50 e 100% daquela usada normalmente, evitar o uso do freio antecipando as reduções de velocidade retirando o pé do acelerador e frear apenas quando estiver dirigindo em linha reta.

Contudo o ponto mais importante ao dirigir sob chuva é a simples redução da velocidade, por reduzir o risco de derrapagens, de aquaplanagens, por não necessitar de reações tão imediatas e por reduzir a necessidade de uso dos freios. Embora o bom senso diga que quanto mais intensa a chuva maior deva ser a redução da velocidade, não existe uma maneira de estimar o quanto devemos diminuir a velocidade, sendo esta a proposta deste artigo.

Uma excelente referência para a intensidade da chuva é a velocidade que usamos no limpador de parabrisas: intermitente, média e rápida. O ponto de partida para a velocidade pode ser considerada o limite da própria via pela qual se está dirigindo, onde esta é a velocidade máxima quando não está chovendo. Logo podemos propor uma redução de velocidade em função da velocidade do limpador do parabrisas:

• Limpador no intermitente: reduza pelo menos 10 km/h em relação a velocidade máxima da via;
• Limpador no médio: reduza pelo menos 15 km/h em relação a velocidade máxima da via;
• Limpador no máximo: reduza pelo menos 20 km/h em relação a velocidade máxima da via;
• Caso o limpador no máximo não consiga eliminar a água do parabrisas, pare o veículo no acostamento e ligue o sinal de alerta (pisca-pisca).

Para exemplificar, temos a tabela abaixo que traz as velocidades sob chuva em função do limpador de parabrisas e da velocidade máxima da via: 

Por fim, cabe destacar que é crucial jamais andar com pneus carecas ou com os sulcos muito rasos, pois estes são os responsáveis por remover a água na área que a borracha encosta no asfalto garantindo a aderência e controle do veículo. Outro ponto que deve ser lembrado pelo motorista é que, embora a velocidade possa parecer baixa em uma dada condição de chuva, o risco está nas poças e lâminas d’água que surgem inesperadamente na via, pois não existe maneira de avaliar a profundidade e extensão delas.